O discurso da secretária municipal de Educação de Palmas, Débora Guedes, na Câmara de Vereadores, levantou debates sobre os rumos da educação na capital. Durante sua fala, ela destacou que “a educação de Palmas está ferida, está sangrando”, defendendo uma reorganização do setor e uma educação imparcial e livre de ideologias. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (SINTET) reagiu ao pronunciamento, questionando a análise feita pela secretária, por meio de nota encaminhada pelo presidente Fábio Lopes ao Jornal Sou de Palmas.
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Principais pontos do discurso
Débora Guedes argumentou que é necessário reorganizar o sistema educacional, destacando que os professores devem priorizar o ensino acadêmico, enquanto o papel de transmitir valores e costumes cabe às famílias. Ela também afirmou que dará prioridade à inclusão de crianças com necessidades especiais, sugerindo que esse grupo não recebeu a devida atenção nos últimos anos.
A secretária frisou a importância de uma educação imparcial, baseada em legislações nacionais, e afirmou que seu trabalho na secretaria estará alinhado com seu papel como vereadora eleita.
Resposta do SINTET
Em nota, o SINTET questionou a caracterização da educação de Palmas como estando “ferida”. O sindicato destacou que, segundo o Índice de Progresso Social (IPS) de 2024, Palmas lidera no componente “acesso ao conhecimento básico” entre as cidades brasileiras. Além disso, a capital tem se mantido entre as primeiras colocadas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) desde 2013.
A entidade pontuou que a estrutura da rede municipal inclui escolas de tempo integral com projetos diversificados e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) reconhecidos nacionalmente. Segundo o SINTET, a proposta de reorganização deve ser mais bem detalhada para que se compreenda o que está sendo planejado.
Inclusão e papel dos educadores
O SINTET também abordou as afirmações da secretária sobre a inclusão de alunos com necessidades especiais. A nota destacou que a rede municipal conta com o Centro de Educação Inclusiva (CEI) e profissionais especializados na área há mais de sete anos. O sindicato apontou que eventuais dificuldades na inclusão se devem mais à falta de recursos do que ao trabalho dos educadores.
O sindicato também comentou sobre o papel dos educadores, defendendo que eles desempenham funções além do ensino acadêmico, incluindo a mediação de valores e a ampliação do repertório dos alunos, especialmente em escolas de tempo integral.
Outros pontos de preocupação
A nota do SINTET mencionou a ausência, no discurso da secretária, de medidas práticas, como a convocação de aprovados em concurso público e ações para suprir o déficit de pessoal na rede. Também foi ressaltada a importância de que futuras mudanças sejam discutidas com base em dados concretos e diálogo com a categoria.