Uma cerimônia inédita marcou a vida de 13 custodiados da Unidade Penal Regional de Palmas (UPRP) nesta terça-feira, 17. Promovido pelo projeto “Mais Cidadania nos Presídios”, o evento proporcionou a oficialização do casamento civil entre os internos e suas parceiras, em um momento histórico para o Sistema Penal tocantinense. A iniciativa é uma parceria entre o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), e o Poder Judiciário.
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Com direito a tapete vermelho, troca de alianças e buquês de flores, o ambiente trouxe dignidade e emoção aos noivos, reforçando o propósito de reconstrução de suas vidas. Além do ato simbólico, os casais agora têm assegurados direitos civis com a emissão da certidão de casamento.
Assista o vídeo abaixo.
Histórias de renovação e esperança
Entre os participantes, cada história retratava uma nova oportunidade de recomeçar. Um dos noivos, após seis anos de convivência e dois filhos, descreveu a importância da cerimônia: “Esse casamento é uma forma de retribuir tudo que ela fez por mim. É emocionante, porque sinto muita saudade dos meus filhos, e tudo isso representa alegria e esperança”.
Outro casal, junto há dois anos, também celebrou a realização do sonho de formalizar a união. “Oramos por esse momento e, graças ao projeto, conseguimos realizá-lo. Estamos muito felizes”, destacou o custodiado.
Mais do que uma cerimônia: garantia de direitos
O evento também marcou a entrega de um documento essencial: a certidão de casamento. Com essa conquista, os custodiados reforçam seus laços familiares e civis, um passo importante no processo de ressocialização. O projeto, que conta com apoio de instituições como Defensoria Pública, OAB e Ministério Público, pretende ser ampliado para outras unidades prisionais do estado.
De acordo com o secretário da Seciju, Deusiano Amorim, ações como essa trazem resultados positivos tanto para os custodiados quanto para a sociedade. “Este é um marco para o sistema prisional, pois celebra não apenas o matrimônio, mas também a dignidade e o fortalecimento dos vínculos familiares”, declarou.
Ressocialização
O juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Esmar Custódio, destacou a relevância da iniciativa para a construção de novas perspectivas de vida. “Unir-se a alguém é uma escolha que demonstra força e esperança. Juntos, os casais podem buscar um futuro melhor e mais digno.”
Já a gerente de Assistência Educacional e Saúde ao Preso e Egresso, Sandra Veloso, ressaltou o impacto do projeto na humanização do sistema prisional. “Essa cerimônia simboliza um esforço conjunto para oferecer dignidade, saúde e assistência. A família é a base da sociedade, e estamos fortalecendo isso dentro das nossas unidades.”
A cerimônia foi conduzida por juízes de paz e finalizada com a troca de alianças e entrega de lembranças aos casais.